Pot-pourri Ruivo: Aprenda de uma tacada só a retocar a raiz e uniformizar a cor de cabelos ruivos com raiz mais clara do que as pontas – ao mesmo tempo e em casa!

[warning]Acompanhe-nos no Guia dos Cabelos Ruivos e descubra várias dicas!
Parte 1: 10 coisas que toda ruiva deve saber e colorimetria básica
Parte 3: Como pintar o cabelo de ruivo acobreado intenso
Parte 4: Ruivas Cacheadas – Como cuidar de cabelo cacheado ruivo tingido[/warning]

Eis que meu cabelo estava tricolor. Com essa afirmativa não intuo fazer referência a preferências futebolísticas, conto-lhes acerca do caótico estado capilar em que 2,5 centímetros castanhos de raiz se juntam a uma faixa de cor mais clara advinda de um retoque anterior mal sucedido o qual, por sua vez, está no entremeio de pontas ligeiramente mais escuras.

Não tenho fotos nítidas (há algumas do meu cabelo pré retoque no insta @acordabonita), mas usarei de todas minhas super habilidades como editora de imagens – coff coff – para dar-lhes uma idéia de como estava:

E agora José?  Como retocar a raiz e igualar um cabelo (semi) ruivo que possui três tons diferentes numa tacada só sem ficar careca nem acarretar falência múltipla na saúde dos fios?

Pois bem, consegui cumpri tal façanha e dividirei com vocês todos os pormenores ao longo da matéria. Todavia, deixo claro logo aqui no início: cada cabelo, uma sentença. O que fiz funcionou em mim, porém infelizmente não posso afirmar de forma irredutível que o resultado será igual para todos.

Para mais detalhes sobre coloração, leia também: O Guia do Cabelo Ruivo – 10 coisas que toda ruiva precisa saber e colorimetria básica.

 

Atualização 06/01/2016 – Vídeo: Ruivo acobreado com henna!

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Cabelos Ruivos – Como retocar a cor e igualar raiz mais clara do que as pontas

Visando pintar um quadro do meu histórico capilar, resumo-lhes as etapas da saga ruiva cuja junção acarretou o caos relatado.

Em dezembro de 2013 fui mordida pelo bichinho da ruivisse. Sabe-se-lá-porque eu queria-porque-queria madeixas acobreadas, então timidamente comecei a caminhar rumo ao cobre. Visto que gato escaldado tem medo de água fria (quem acompanha o A,B sabe que eu precisei cortar os cabelos à lá Joãozinho após passar quase um ano platinando-os), ao invés de começar com tinturas, utilizei a Henna em Creme Cobre da Surya. Contudo, assim como ocorre com o loiro, o ruivo vicia. Após pouco tempo a nuance acobreada deixada pela henna não mais me satisfazia.

Sendo assim, quando precisei atravessar a cidade a fim de buscar o material para as maquiagens artísticas deste artigo AQUI, deparei-me com algo que nunca havia visto em nenhuma loja de cosméticos perto da minha casa: uma tintura de numeração 9.4! Lá estava ela, emanando cantos célticos pela vitrine da tal loja. É claro que não resisti e levei 2 tubos de vez achando que sobraria 1 para a Lina, minha “bff” de infância e sócia aqui no A,B.

Ao retornar fui direto para o famoso 1102B, vulgo: apê a Lininha, e então fiquei ruiva acobreada de fato. A Lina quem pintou meu cabelo, fiquei encantada com a cor. Pena que não sobrou tinta para ela… (Esta foto AQUI mostra o resultado, foi tirada um dia após a coloração).

Uns 40 dias se passaram até que eu encontrasse uma loja próxima que vendesse a mesma coloração, aí tive a absurda ideia de pagar um cabeleireiro para retocar meu cabelo MESMO com a coloração em mãos pensando que ele faria um trabalho cujo resultado fosse mais certeiro do que seria se fosse feito por mim. Eis que o dito cujo conseguiu a façanha de deixar a raiz 2 tons mais clara MESMO com a tinta que eu havia levado. Por que isso aconteceu? Porque ele aplicou a coloração apenas na parte crescida e não tonalizou o comprimento corretamente. Por certo fiquei indignada! Contudo optei por esperar os fios se recuperarem do processo químico ao invés de jogá-los numa nova e imediata peripécia rumo ao acobreado perfeito. Tonalizei o cabelo com Keraton Cobre, atitude que disfarçou bastante a diferença entre as cores, e…

Esqueci! Simplesmente esqueci que meu cabelo estava com a raiz mais clara do que as pontas. O fato de ter cabelos cacheados faz com que a não uniformidade da cor seja camuflada pelo formato espiralado dos fios. Ademais, além do formato do cabelo, estou tão assoberbada de trabalhos que nem tive tempo de pensar no assunto. Aliás, confesso-lhes que somente retoquei a raiz agora visando fazer esta matéria para vocês.

Novela contada (nem sei se escrever tudo isso ajudou em algo, mas enfim…), vamos ao que interessa:

Por que a raiz tende a ficar mais clara quando retocamos a tintura?

O calor advindo do couro cabeludo funciona como um catalisador no processo de clareamento oriundo da coloração. Isso já explica bastante, não? Ademais, os pigmentos naturais do cabelo são bem mais fáceis de serem removidos nos processos químicos do que os pigmentos artificiais, tal fator é um dos principais responsáveis pela veracidade da frase “tintura não clareia tintura”.

Como igualar a coloração de um cabelo com pontas mais escuras do que a raiz?

Dentre as várias formas de igualar um cabelo cujas pontas estejam mais escuras do que a raiz, mencionarei apenas quatro e as disponho e ordem decrescente de estragos, ou seja, daquela que acarreta mais danos aos cabelos até a menos invasiva:

• 1- Aplicar uma mistura descolorante ao longo do comprimento e pontas e tonalizar com a cor desejada logo em seguida. OBS: APENAS para casos em que a diferença de cor entre raiz e pontas é extrema e APENAS SE o cabelo estiver relativamente saudável e SE passar no teste prévio de mecha.

• 2 – Aplicar um Dekap Color ou Soap Cap (receita aqui) ao longo do comprimento dos fios visando retirar a coloração anterior e pintar novamente o cabelo por inteiro da cor desejada por meio de uma aplicação uniforme, ou seja, sem pausa na raiz.

• 3 – Aplicar uma tintura mais escura começando pela raiz e, por conseqüência, escurecer todo o cabelo;

• 4 – Segurar as pontas (literalmente), esperar o máximo de tempo possível para que a cor desbote e o quadro possa ser solucionado quando chegar a hora do retoque –> Esta foi a minha opção.
  OBS: Esse “retoque” deverá ser feito como na opção 2, pintando o cabelo por inteiro sem pausar na raiz. Por quê? Porque na raiz virgem a cor pegará mais rápido do que no comprimento e, portanto, o fato da parte crescida ser mais escura não será empecilho para atingir uniformidade na cor.

Como igualar a cor do cabelo quando há 3 tons: raiz natural crescida, retoque anterior mais mal feito e pontas mais escuras?

Para esta pergunta, a resposta é bem parecida com a fornecida na pergunta anterior. Contudo, já que para chegar ao ponto tricolor houve tempo suficiente para a raiz crescer, provavelmente também houve tempo da coloração desbotar (isto é, caso você não tenha recorrido a métodos para reavivar a cor no entremeio, como banhos de brilho e tonalizações). Logo, o mais indicado a fazer é exatamente a solução menos invasiva, a nº 4.

 

Guia do Cabelo Ruivo – Como eu fiz para retocar a raiz, uniformizar a cor e recuperar os cabelos no mesmo dia

Bom, o processo foi simples. O difícil foi me segurar e esperar a cor desbotar a fim de lançar mão da solução nº 4 a qual consiste em, basicamente, pintar o cabelo como se fosse a 1ª vez.

Sei que para meninas de cabelo liso isto não é tão fácil assim (a não ser que a tripla tonalidade não acarrete incômodos), pois cabelos cacheados como o meu naturalmente disfarçam a cor por causa do formato espiralado e do corte em camadas (toda cacheada DEVE ter o cabelo cortado em camadas!!! – Escrevi sobre isso AQUI). Entre o tanto, para quem agüentar, asseguro que a forma mais segura e menos danosa de uniformizar um cabelo ruivo é esta. Bom, ao menos entre todas que conheço…

Galera, julgo completamente desnecessário um passo a passo sobre como aplicar tinturas, não? Pois bem, já que executei a aplicação sozinha, listarei apenas os pontos dignos de observação. Afinal, quando estamos sem a ajuda de amigos/parentes para alcançar as partes do cabelo que não enxergamos, o processo requer alguns truques para que o resultado não saia manchado.

– Antes de tudo: TESTE DE MECHA!

Imagine se, após passar por tudo isso, a coloração acabasse dando errado? Então, para prevenir mazelas como erros e estragos nos fios, sempre executem o teste prévio de mecha. Para tanto, usei a mistura da tinta na mesma proporção, apliquei apenas numa mecha de 2 cm de largura na lateral do cabelo e pausei pelo mesmo tempo que pausaria caso a coloração fosse aplicada por toda extensão dos cabelos.

Teste feito e aprovado, vamos ao trabalho!

– Fiz a mistura de 1 tubo e meio da tinta 9.4 da Yellow com 1 pote e meio de OX de 30 volumes (proporção de 1 x 1).

Parece muito para o pouco cabelo que tenho, não? E realmente é! Caso alguém fosse aplicar para mim, provavelmente 1 tubo daria. Contudo, aqui entra um dos truques para quem for executar a coloração sem ajuda alheia: utilizar uma quantidade maior do que a necessária a fim de certificar que toda extensão dos fios esteja completamente coberta, assim evitam-se partes manchadas por falta de tintura.

– Dividi o cabelo seco em quatro partes (antes de fazer a mistura) e comecei da nuca para o topo.

– Apliquei a coloração como se fosse a 1ª vez em que eu estivesse pintando o cabelo de ruivo. Ou seja, aplicação por igual por toda extensão dos fios sem tempo de pausa na raiz.

Comecei com um pincel, porém logo o larguei para lançar mão da melhor ferramenta dos auto coloristas solitários: luvas de borracha!

Após aplicar a tintura nas áreas mais difíceis com o auxílio do pincel, o restante da aplicação foi feita com as mãos mesmo. Gente, isso ajuda muito! As luvas de borracha propiciam maior controle e mobilidade do que aquelas de plástico corriqueiras. Massageei a tintura mecha a mecha como se estivesse aplicando uma máscara de tratamento. Depois fiz uma massagem com os dedos por todo couro cabeludo intuindo não deixar nenhum pedacinho da raiz sem tintura.

Santas luvas! Estas mostradas na fotografia me custaram 5,00 reais, podem ser encontradas em lojas de cosméticos e reutilizadas até 3 vezes (belo investimento, não?).

– Pausei por 30 minutos contados a partir do término da aplicação, a qual deve ter levado uns 10 minutos. Logo, a pausa total foi de cerca de 40 minutos.

– Emulsionei os cabelos com água morna e lavei bastante. Embora haja quem contraindique, optei por lavar com um shampoo de ação reparadora, o Repair Inside da Matrix (resenha AQUI).

Esta coloração da Yellow tem um desempenho bastante interessante, ela não resseca nem danifica tanto os fios como a maioria, de fato, eu sinto até certo “encorpamento” nos fios ao invés da corriqueira fragilidade consequente de processos químicos. Entretanto, há uma característica desta tinta a qual para muitos é um ponto negativo, mas para mim é positivo: Ela desbota bastante. Particularmente, até prefiro quando desbota e o ruivo fica pendente à acobreado laranjinha.

 

Dicas – Como recuperar o cabelos após a coloração ruiva

Ao retirar a tintura, aplique alguma máscara com propriedades nutritivas, de preferência alguma que combine óleos com ceramidas e/ou aminoácidos reconstrutores leves como a arginina e/ou proteína do trigo (falei sobre como reconhecer tais substâncias em “Cronograma Capilar Resumo Plus). Uma máscara com tais propriedades irá atuar sobre a área em que ocorre os maiores danos decorrentes da coloração química: a camada de cutículas dos fios. Exemplos de máscaras com estas características: Matrix Repair Inside, Redken Extreme , Redken Curvaceous, Moroccanoil Repair, Salvatore Still Hair (usei esta), e… Ahhh, há muitas! Estou com tanto sono que nem consigo lembrar, mas farei uma lista e atualizo aqui para vocês.

Logo após pausar, retirar a máscara e aplicar seu condicionador de costume (sim, aplica-se um condicionador após a máscara visando ajudar a selar as cutículas dos fios) faça uma mistura de 1 parte de água para meia de vinagre de maçã e jogue nos cabelos como último enxágue, ou seja, não lave. Sim, o cheiro é horrível, porém passa rapidamente e o efeito é tão bom que vale a pena!

A solução de vinagre com água atuará como um acidificante, regulando o pH dos fios o qual foi completamente abalado elevado pela coloração.

Finalize como de costume e evite utilizar métodos artificiais de secagem.

Ao chegar a hora de dormir, faça umectação capilar com algum óleo vegetal, utilizei o óleo de Macadâmia da Body Store (Resenha AQUI).

No dia seguinte, lave com um shampoo bem leve e/ou com higienizador em creme, e/ou com o método Co-Wash e aplique alguma máscara mais hidratante. Lavei com o No Poo Deva Care (versão Deva para cabelos coloridos, de embalagem branca, resenha AQUI e AQUI, à venda AQUI – pois é, galera, sou absolutamente apaixonada por esta linha Deva, porém ela ainda não chegou ao Brasil, então sempre encomendo na loja Luxo. Não sai baratinho, mas vale cada centavo!) e utilizei o próprio condicionador One Condition Deva Care como máscara de hidratação (quando deixado no cabelo por 15 minutos sob uma touca de plástico ele atua como máscara).

Sei que a “ordem” do cronograma capilar parece subvertida nestas dicas, contudo garanto que tratar primeiramente dos dois fatores mais afetados pela coloração – desalinhamento de cutículas e elevação do pH (ambos causadores da porosidade capilar) – acarretará excelentes resultados para os fios.

As fotos ao longo da matéria foram tiradas um dia após colorir, ou seja, logo após executar tudo que relatei acima. Os cachos ainda não estavam 100%, porém já aparentam estar bastante saudáveis para quem acabou de aplicar uma tintura preparada com água oxigenada de 30 volumes, não?

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Parte 3: Como pintar o cabelo de ruivo acobreado intenso
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Então, gostaram da 2ª matéria da série O Guia do Cabelo Ruivo? Sobre o que querem saber agora? Tem dúvidas, sugestões, pitacos? Comentem! Para mais detalhes sobre coloração, leia também: O Guia do Cabelo Ruivo – 10 coisas que toda ruiva precisa saber e colorimetria básica.

Beijos Mil, Karina Viega.
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